Escrito pelo grande gênio -e porque não dizer um pouco louco- Douglas Noel Adams, O Guia do Mochileiro das Galáxias, história onde os humanos estão longe de ser a forma de vida mais inteligente da Terra, é uma série de 6 livros que conta como Arthur Dent, um típico inglês teve de lidar com diversas confusões não só neste planeta mas fora dele também, pois logo no começo, em plena quinta-feira a Terra foi demolida para dar passagem a uma auto-estrada hiper-espacial, uma catástrofe terrível e idiota.
O escritor consegue passar todo o clima de ficção-científica junto com muito humor e naturalidade, assim fazendo uma leitura divertida -e rápida- para os interessados na história.
Um dos objetos mais valorizados no livro é a Toalha. Pode parecer estranho, mas Douglas Adams via a Toalha de um jeito muito diferente do convencional, tanto é que dedicou duas páginas do primeiro livro especialmente para falar sobre a utilidade da mesma:
Segundo ele, a Toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido ao seu valor prático: você pode usar a Toalha para como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre elas nas reluzentes praias do areia de marmórea da Sagitário V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer numa mini-jangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e ultilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (um animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você – estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro; e naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa.
Porém, o mais importante é o imenso valor psicológico da toalha. Por algum motivo, quando um estrito (isto é, um não-mochileiro) descobre que um mochileiro tem uma toalha, ele automaticamente conclui que ele tem também escova de dentes, esponja, sabonete, lata de biscoitos, garrafinha de aguardente, bússola, mapa, barbante, repelente, capa de chuva, traje espacial, etc., etc.
Além disso, o estrito terá o prazer de emprestar ao mochileiro qualquer um desses objetos, ou muitos outros, que o mochileiro por acaso tenha “acidentalmente perdido”. O que o estrito vai pensar é que, se um sujeito é capaz de rodar por toda a Galáxia, acampar, pedir carona, lutar contra terríveis obstáculos, dar a volta por cima e ainda assim saber onde está sua toalha, esse sujeito claramente merece respeito.
É nesse ritmo que o livro segue, hora descrevendo planetas e lugares fora do nosso sistema solar como se o próprio Douglas tivesse estado lá, as vezes parando para explicar coisas e criaturas como a Besta Voraz de Traal sem perder o dinamismo e humor da história.
Não só humor e ciência do livro, também há grandes citações de Douglas Adams, dentre as melhores estão essas aqui -com Português e as originais em inglês-:
- A habilidade de voar consiste em aprender a se jogar no chão e errar. -A que mais gosto-
- The knack of flying is learning how to throw yourself at the ground and miss.
- NÃO ENTRE EM PÂNICO! -Escrita em letras garrafais na capa do 1º livro, com certeza a mais famosa-
- DON’T PANIC!
- Tudo o que você precisará quando o universo acabar é de uma toalha. -Prova absoluta do valor da Toalha no livro-
- All you’ll need when the universe ends is a towel.
Douglas Adams faleceu em 11 de maio de 2001, aos 49 anos de idade, vítima de um ataque cardíaco. Escreveu 6 livros, nos 5 que foram publicados antes de sua morte, a história não acabou, deixando assim o trabalho para Eoin Colfer, escritor Irlandês e amigo de Douglas terminar com base nas páginas que Douglas escreveu antes de morrer mas que não teve tempo suficiente para publicá-las.
Após a morte de Douglas seus fans instauraram um dia para homenageá-lo, o chamado Dia da Toalha, por razão da importância dela no Guia. A data escolhida foi dia 25 de maio, sem razão aparente -a não ser o mês que ele morreu-, mas foi essa e é ate hoje. Neste dia basicamente todos os fans do Guia saem de casa com uma toalha de banho ou de rosto, ou usando como capa, no ombro ou como cachecol, o importante é sair com ela e tirar fotos também, assim fazendo a homenagem. Ante-ontem foi dia da Toalha, particularmente o meu primeiro. Só tomei conhecimento dos livros no final de 2009 pro começo de 2010, por recomendação de um grande amigo meu -que se chama Douglas também, risos- após ler o primeiro livro em menos de três dias -sem contar que o livro é até fininho- eu adorei a história e comprei todos eles, um de cada vez, mas mesmo assim eu li todos os primeiros 5 em cerca de duas semanas, e ainda releio hoje. O sexto livro está em inglês, na época eu ainda não sabia muito bem por isso parei perto da página 55, ainda estou pra ler esse, e quem sabe se chegar uma versão traduzida no Brasil -o que eu duvido- com certeza vou comprar.
Do livro O Guia do Mochileiro das Galáxias – o 1º apenas- saiu um filme da Disney de mesmo nome, que mesmo pra quem é fan esse filme saiu um tanto fraquinho.
E antes que eu me esqueça, no 3º livro é revelada a resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o Universo e Tudo Mais. O número 42, sem razão aparente, mas assim como as frases o número se tornou famoso no mundo nerd/geek por conta do livro, se você colocar no Google “A resposta para vida o universo e tudo mais”, a calculadora do site mostrará que é igual a 42.
A propósito o Dia da Toalha também é conhecido como Dia do Orgulho Nerd, que foi uma orkutização ridícula do nome original.
~~Laganaro, André – アンドレ
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Então é isso, esse foi o post de hoje, e desculpem a demora, inspiração pra postar não é todo dia que vem. Até mais õ/